quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A estrada


Escrevo acerca deste livro, The Road, pois foi um de meus favoritos no ano passado. Pensando melhor, de diversos anos passados.

Do escritor Cormac McCarthy, relata a tenebrosa trajetória de um pai e seu filho por uma país devastado por alguma hecatombe, buscando chegar até o sul, procurando um lugar melhor. A prosa de McCarthy é assustadoramente limpa e contida. Assim mesmo profunda e arrebatadora.

O livro é aterrorizante. Horrores humanos e ao mesmo tempo indescritíveis, mostram até onde a queda poderia levar o homem se Deus retirasse sua graça comum. Ao mesmo tempo há diversas passagens com um forte teor de esperança e até mesmo beleza.

O uso da língua mostra que ele é um mestre da literatura. McCarthy criou ainda No country for Old Men, transformado no meu filme favorito do ano passado (tema de um post futuro). Está sendo finalizada a adaptação para o cinema, prometendo ser fenomenal.

Um trecho do livro:

"Once there were brook trout in the streams in the mountains. You could see them standing in the amber current where the white edges of their fins wimpled softly in the flow. They smelled of moss in your hand. Polished and muscular and torsional. On their backs were vermiculate patterns that were maps of the world in its becoming. Maps and mazes. Of a thing that could not be put back. Not to be made right again. In the deep glens where they lived all things were older than man and they hummed of mystery."


Minha tradução, inevitavelmente inadequada:

"Houve um tempo em que havia trutas nos riachos das montanhas. Você podia vê-las na corrente âmbar onde as pontas brancas de suas nadadeiras balançavam suavemente no fluxo. Elas tinham cheiro de musgo na sua mão. Polidas e musculosas e torsionais. Nas costas delas havia padrões vermiculados que eram mapas do mundo em seu tornar-se. Mapas e labirintos. De algo que não podia ser mais retomado. Não podia ser consertado de novo. Nos vales profundos onde elas viviam todas as coisas eram mais antigas que o homem e susurravam mistério."

Nenhum comentário: