quarta-feira, 7 de setembro de 2011

John Stott


Como refletir acerca da morte de alguém que fez muita coisa boa, mas que escorregou em algumas coisas importantes? Nesta semana o mundo evangélico está cheio de reflexões e conversas acerca de John Stott. Ele foi um grande pregador e escritor inglês, morreu na quarta-feira aos 90 anos de idade. Stott serviu a Deus em seu tempo e foi muito usado para o trabalho da missão da igreja no século 20. Stott escreveu bastante e pregou muito bem, alguns de seus livros tornaram-se verdadeiros clássicos do cristianismo e serão lidos ainda por muitos anos. Se você ainda não teve o prazer de ser desafiado por seu material, sugiro começar pelo seu último livro, escrito pouco antes de morrer: “O discípulo radical.” Acima de tudo, John Stott era semeador.

Ele fez muito, sempre na força de Cristo. É fácil e até mesmo perigoso no anseio de elogiar e reconhecer, acabarmos por idolatrar e beatificar alguém. Como falar de um homem e honrá-lo sem estar dando glórias a ele? A compreensão que precisamos ter é que em nossa caminhada com Cristo seguiremos na luz dele, cada vez mais parecidos com ele. Stott foi grande pois seu mestre é grande.

Junto com as coisas boas, quando alguém morre temos de encarar o fato de que este não era perfeito e sermos cuidadosos em lidar com seu legado. John não era perfeito; em verdade, cometeu sérios erros teológicos que muitos já mostraram e que devemos evitar. Por que falar dele então? Pela mesma razão que vale falar de qualquer um dos redimidos – por causa do redentor. Todos nós, enquanto não chegamos lá, teremos de lidar com diversos pontos cegos em nossos corações. Apesar disso, a promessa é que esses pontos cegos passarão: “assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção; ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória (1 Coríntios 15:42).

John Stott foi importante para muitos de nós, pois ele sabia que não era importante em si mesmo. John Stott não era perfeito. Agora é.

(Esse texto foi publicado primeiramente no boletim da Congregaçào Presbiteriana Semear no dia 31 de julho de 2011).

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